Créditos: divulgação |
O
filme de 2007, dirigido por Monique Gardenberg e ambientado na Bahia, gira em
torno do prédio onde funciona o cortiço da Dona Joana (Luciana Souza). O
estabelecimento, de um modo geral, representa resumidamente as diferentes culturais
existentes na Bahia, principalmente a religiosa. Os cultos africanos, através
dos personagens da mãe Raimunda (Cássia Vale) e da baiana (Rejane Maia), o
protestantismo, com a própria dona Joana e o catolicismo com o Sr. Jerônimo
(Stênio Gracia), dono da loja de antiguidades religiosas, são exemplos trazidos
pelo filme dessa diversidade.
Apesar
da cultura apresentada através da música, das imagens da cidade de Salvador e
também do próprio carnaval, símbolo da região, Ó pai ó é uma película que se apega diretamente aos estereótipos
religiosos.
Durante
todo o longa-metragem há um claro embate entre dona Joana, representada de
forma caricata como uma evangélica intolerante e preconceituosa que persegue os
inquilinos por causa de sua religião, e a mãe Raimunda, trambiqueira e
charlatã, que mora no prédio e atende os clientes em sua casa.
As
cenas dessas personagens proporcionam os momentos engraçados do filme, porém
são carregadas de preconceito. Em determinados momentos, dona Joana chega a
xingar a inquilina de “feiticeira de araque” e “macumbeira”. Da mesma forma a
mãe de santo, ao se referir à dona do prédio, fala de maneira grosseira e
beligerante. Sabemos que existem manifestações de preconceito e intolerância
entre esses credos e muitos outros, esse fato é inegável. No entanto, isso não
pode ser encarado como algo cultural e aceitável. Não se pode achar que isso é
cômico. Diante disso, Ó pai ó é um
filme que reforça estereótipos religiosos e mostra de maneira cômica a
violência e o desrespeito entre pessoas de crenças diferentes. (por Manoela Raulino)
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