Créditos: Arquivo Pessoal/Indra Lumiar |
O candomblé (significa: “casa da dança com atabaques”) é uma religião derivada do animismo e de origem africana. Nela são cultuados os Orixás, ancestrais divinizados africanos que correspondem a pontos de força da natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. No Brasil é o culto africano mais popular e possui, aproximadamente, dois milhões de seguidores no mundo inteiro.
Na sua origem, esses cultos, em cada nacionalidade do continente africano, adoravam a um único guia, ou orixá. Em terras brasileiras, com a chegada dos escravos e a miscigenação de povos, essas culturas foram unidas e misturadas, resultando em crenças politeístas. Apesar da diversidade religiosa presente no Brasil e também da cultura negra já enraizada praticamente desde a fundação do país, os cultos africanos ainda são alvo de preconceito. Algumas dessas manifestações são fruto de pura falta de conhecimento sobre o tema.
Entrevistada por mim, Indra Lumiar, design de moda de 24 anos, atuante da casa de Candomblé de nação Jeje Egbá, situada na cidade do Recife, em Pernambuco, conta experiências pessoais e esclarece algumas curiosidades sobre essa religião. Confira abaixo! (Manoela Raulino)
- Indra, quando você se decidiu por professar essa religião?
R: Há mais ou menos 5 anos- Conte um pouco como é o funcionamento das reuniões religiosas de que você participa?
R: Temos certas obrigações a cumprir, como quando um irmão se recolhe para se confirmar na religião, todos nós da casa temos que estar presente e ajudar nas funções, como ensiná-lo a rezar, dançar e passar certos fundamentos que só quem é da religião, com o tempo vai aprendendo.- Você possui algum guia ou cultua a entidade especial?
R: Todos nós possuímos nossos guias espirituais, mas nem todos são rodantes, ou seja, incorporam esses guias, o meu Orisha de cabeça é Osun (Oxum) a deusa do amor, fertilidade, riqueza, beleza e das águas doces.- Você já passou por situações de preconceito por conta da sua religião?
R: Já passei por dois casos e sei que não serão os únicos, pois a ignorância religiosa aindaé uma mancha em nossa sociedade. Uma vez, no trabalho, quando afirmei ser candomblecista, me perguntaram logo se matávamos bichos e logo depois fui transferida pelo meu chefe para outra unidade.- Em sua opinião, o que seria necessário para que as manifestações de preconceito e desrespeito com religiões como a sua terminassem?
R: Acho que se a aplicação da lei contra intolerância religiosa fosse realmente executada, talvez diminuíssem mais os abusos que sofremos. Se o ensino de história da África e de religiões de matrizes africanas fosse realmente aplicado nas escolas, saísse do papel, já que as leis existem, mas infelizmente não são aplicadas.
Boa postagem, bem informativa.
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