segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Carta ao navegador

Descrição para cegos: nuvens em um céu claro.


Por tantos caminhos a trilhar 
vejo a necessidade de não ires sozinho; 
pelos dias irás passar 
e sei, apenas sei: tua hora irá chegar!

Irás devagar e com tua fé 
diz-te o mestre de luz; 
usarás teus próprios pés 
em meio ao caos da escuridão, que por vezes te conduz! 

Ainda que te encontres dolente 
tenho anjos, santos, orixás 
e em tuas preces me farei presente 

Em teu coração será o meu lar 
nunca desanimes, navegador! 
Conheço tua alegria e tua dor     (Fernanda Chagas)

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A figura de Deus para as crianças

Descrição para cegos: papel em branco sob vários lápis
de cor.

Por Marayane Ribeiro

O imaginário infantil é um universo particular que rende situações peculiares. Um estudo está sendo realizado em aulas de ensino religioso de algumas escolas municipais paraibanas.
A ideia é pedir para as crianças representarem através de desenhos ou pinturas a figura física de Deus. A pesquisa está sendo desenvolvida pela professora do curso de Ciências das Religiões da Universidade Federal da Paraíba Eunice Gomes.
Além do desenho, as crianças elaboram um pequeno texto para contextualizar a imagem. Eunice conta que os primeiros testes revelaram representações interessantes “Teve uma criança que fez a imagem de Deus como mãe”.
           Os resultados gerais mostraram a predominância de três estruturas: a heroica, Deus no trono, no céu, nas nuvens; a mística, a cruz e a morte representando a ressurreição; e a dramática, que mostra as etapas sucessivas que Deus oferece ao ser humano.
           Em breve estarei postando o link completo da entrevista com a professora Eunice Gomes.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Aninha e a morada de Deus

Descrição para cegos: mãos
de criança unidas em posição
orante segurando um crucifixo.

            Eu percebi há algum tempo que minha mulher andava triste pela casa. Lamentava sozinha nos cantos, dormia mais cedo que o habitual. Até os sorrisos dela eram tristes. Imaginei se tinha sido algo que fiz, mas não lembro de ter feito nada errado.
         Certo dia decidi perguntar o motivo de toda aquela tristeza. Mesmo porque ela sempre foi forte e fervorosa. Nunca deixava nada lhe abalar, porque tinha Deus do seu lado. Toda vez que se entristecia com algo, buscava em silêncio o conforto divino. Mas desta vez era diferente, porque nem isso estava ajudando. “É a Aninha, amor”, disse ela, “nos últimos dias ela tem visitado cultos afro. Nossa família sempre foi fortemente católica, não entendo o porquê de ela fazer isso agora.”
         Ouvindo isso, até me assustei. Realmente, nossa família sempre foi adepta do catolicismo. E agora Aninha me vem com essa? Perguntei se ela sentia vontade de abandonar nossas tradições religiosas e assumir sua nova religião. Fiquei aliviado quando ela disse que fora convidada por um amigo e ficou curiosa, porque só conhecia uma religião. Assistiu a alguns cultos e se encantou com o uso do corpo, na dança, de se comunicar com os deuses.
         Aninha aprendeu que seu corpo é também uma morada de Deus, e com isso Ele estaria sempre com a garota e que nem sempre é preciso ir até a igreja para se encontrar com Deus. Às vezes só basta deixar um espaço reservado para Ele no coração. (Kilder Cavalcante)

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Uma parte da história conhecida como intolerância

Descrição para cegos: foco na mão de uma pessoa que está tocando piano.

Por Marayane Ribeiro

O ser humano nunca precisou procurar muitos motivos para praticar a violência. Qualquer animosidade ou divergência já é fator para provocar uma grande guerra. O filme O Pianista (2002) tem como principal cenário a Polônia e o início da proibição dos direitos dos judeus no país - a construção dos campos de concentração e o extermínio em massa desse povo, durante a Segunda Guerra Mundial.
Apesar de se esperar encontrar apenas dor e sofrimento – não que estes não estivessem presentes – um entre milhares ousou sonhar com a música e defender suas crenças. Szpilman, personagem principal da trama é pianista e mora com sua família em um bairro simples da cidade de Varsóvia e vê sua vida e de todos que ama começar a desmoronar com a grande perseguição contra os seguidores de sua religião, o judaísmo.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Somos todos irmãos

Descrição para cegos: três mãos unidas no centro da imagem.
No fundo, um lençol com florido.


          Não sabemos o que as pessoas pensam em relação às religiões e isso seria um infinito desafio humano. Contudo, quando Deus criou o ser humano, o fez à sua imagem e semelhança; todos nós somos obras divinas, criadas com determinados propósitos de vida. Irmãos ligados pelo sentimento de amor, misericórdia e fraternidade; portanto, seria injusto pensar que somos maiores em relação aos demais.
          As diferenças, principalmente as religiosas, estão aí para nos ensinar e nos mostrar que o mundo interage de diversas formas e que não somos únicos nele. Irmãos são todos os sobreviventes das adversidades da vida; são todos que possuem o fio da vida em qualquer situação; são os que compartilham ou não a "palavra" celebrada em tantas diversidades de representações religiosas. Irmãos somos todos nós. (Fernanda Chagas).

domingo, 12 de outubro de 2014

Alguém em quem acreditar

Descrição para cegos: imagem em alto relevo
e preto e branco do rosto de Jesus.

Originalmente da banda britânica Depeche Mode, a música Personal Jesus foi regravada por artistas como Marylin Manson e Johnny Cash. A letra se utiliza da figura de Jesus para exemplificar a necessidade humana de se apegar a uma determinada crença. Segundo Martin Gore, compositor da canção, cada ser humano pode encontrar um deus (ou vários deles) dentro de si mesmo e é essa característica que faz nascer o desejo de se conectar espiritualmente com uma divindade e criar vínculos com essa determinada fé. A música também proporciona várias interpretações dos ouvintes, que criam suas próprias suposições sobre a letra, alguns enaltecendo, outros criticando.(Marayane Ribeiro)
Escute e dê sua opinião também. 

Tradução: Jesus Pessoal

"O seu próprio Jesus pessoal
Alguém que ouça suas preces
Alguém que se importe
O seu próprio Jesus pessoal
Alguém que ouça suas preces

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Mais tolerância, por favor!

Descrição para cegos: placa com três setas formando um círculo.

      Até onde chega o limite das pessoas que se consideram superiores às outras? Há um interminável conflito que abala gerações ao longo da história da humanidade. Há séculos e séculos são questionados desagradáveis relatos históricos sobre a necessidade do ser humano em compartilhar experiências de cunho preconceituoso e muitas vezes “irracional”. Chegar ao extermínio de vidas em prol de deuses para algumas religiões é sagrado e válido. Porém, o que dizer daqueles que sofrem a agressão? Existe apenas uma verdade válida? 
       A questão da intolerância em cunho religioso ultrapassa todos os limites, atingindo, em sua maioria, aspectos sociais e políticos, como acontece em nossos dias em conflitos que assistimos quase todo tempo nos jornais (a exemplo de Israelenses e Palestinos) e a tentativa em cessar tais conflitos através de tratados de paz. 
       Sobre todos os choques existentes e pregressos, a única esperança seria a do reconhecimento mútuo de que todas as religiões possuem seus fundamentos, e que acima até da própria tolerância o respeito se encaixa perfeitamente na bandeira pela busca da paz. (Fernanda Chagas)

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Cristão pode ir ao cinema sim!

Foto: Kilder Cavalcante

          Certo dia desses, enquanto pesquisava por publicações referentes à diversidade religiosa para a minha primeira publicação autoral no blog da cadeira de Jornalismo e Cidadania, deparei-me com a seguinte pergunta: “Cristão pode ir ao cinema?”
         A princípio o questionamento foi totalmente sem lógica para mim. “Mas é claro que sim!”, pensei eu, “Por qual motivo cristãos não poderiam ir ao cinema?”. Mesmo assim não consegui aquietar o pensamento e deixar para lá essa pergunta. Cheguei até a rir quando a li, por tamanha obviedade.
         Mas como disse, não me aquietei, e comecei a avaliar os motivos que levariam um cristão a não poder ir ao cinema: o teor dos filmes, talvez? O contato com pessoas ímpias? Já que alguns, segundo sua crença, têm motivos para não manter relações sexuais antes do casamento e nem comer carne vermelha na época da Semana Santa, poderiam também ter algum motivo para evitar as salas de cinema.
         Depois de refletir comigo mesmo, resolvi sair da ignorância e pesquisar. Vi que cristãos podem sim, ir ao cinema, mas são aconselhados a não ver filmes que os afastem de seu compromisso com Deus. Tendo em vista, ainda, a pergunta do início do texto, fiz a mim mesmo um novo questionamento: “Alguma religião proíbe seus crentes de irem ao cinema?” (Kilder Cavalcante)