sábado, 22 de novembro de 2014

Como ensinar religião no ensino fundamental em um Estado laico?

Descrição para cegos: mapa do Brasil com o desenho da bandeira nacional
preenchendo o território. Ao redor dos limites geográficos, nomes de
diversas religiões.

Por: Marayane Ribeiro

Laicidade é um termo que define a separação entre Estado e religião. Um Estado laico tem por pressuposto não intervir em formas de organização coletiva e privada. Todo ser humano deve ter o direito de escolher qual doutrina seguir ou em qual Deus(es) crer. Como também o direito de não ter nenhuma crença ou religião.
Disciplina facultativa nas escolas públicas do país, o ensino religioso é motivo de discussão por educadores, pais e alunos. Isso porque não há um modelo exato de aplicação dessa matéria em sala de aula. A metodologia é realizada de acordo com a formação de cada profissional.

Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos onze estados no Brasil não cumprem os preceitos exigidos pela laicidade. Essa dificuldade aparece como a principal, mas não única no tocante à disciplina. É necessário estabelecer metodologias para incluir todas as religiões. Trazer para a sala de aula discussões sobre a criação e todas as histórias que permeiam a religiosidade do ser humano.
A Declaração de Princípios sobre a Tolerância (1995) da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) destaca: “A educação para a tolerância deve visar contrariar as influências que levam ao medo e à exclusão do outro e deve ajudar os jovens a desenvolver sua capacidade de exercer um juízo autônomo, de realizar uma reflexão crítica e de raciocinar em termos éticos”.
O fundamental é desenvolver o lado crítico dos alunos e deixar que eles tirem suas conclusões, sem impor que mudem suas (des)crenças e sim fazendo-os conhecer outras religiões. Segundo Marília De Franceschi Neto Domingos, pesquisadora e professora no curso de Ciência das Religiões da Universidade Federal da Paraíba, todos os personagens envolvidos (alunos, pais, professores e a própria escola) precisam fazer parte do diálogo para discutir e promover a diversidade e combater o preconceito.

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