Por
Élida Almeida
Ir à escola, nos últimos meses, estava sendo
um desafio para Diego, depois de assumir para seus colegas que a sua religião
era o Candomblé. Há alguns meses, tudo mudou, ele passou a ouvir comentários
nos corredores e até na sala de aula, por professores que usavam blusas com
crucifixos enormes com dizeres de que devemos amar ao próximo. “Mas que tipo de
pessoas são essas?” Pensava Diego.
Certo dia, um colega de Diego estava
discutindo com ele sobre as religiões que existem no Brasil. Em um momento de
fúria, o colega de classe levantou o dedo e o apontando para o menino, disse: “Candomblé
é do demônio!” Diego não entendeu essa colocação de seu colega, afinal, no
Candomblé não se acredita em demônios.
Mas seu coração se encheu de esperança de que tudo ia mudar depois que ele leu em um portal de notícias sobre a implantação do ensino religioso nas escolas públicas. Imaginou que agora seus colegas e professores iriam conhecer e aprender um pouco sobre o Candomblé e, quem sabe, assim, as brincadeiras sem sentidos iram parar.
Diego estava feliz, parecia que alguém
finalmente o notou no meio de milhares de pessoas de outras religiões. E por
uma semana, ele estava animado com as aulas de religião da escola, porque sabia
que depois de um tempo, seria a sua vez de presenciar um professor explicando a
beleza da sua crença e ele não seria mais o estranho da turma por seguir a fé
de seus pais e avós.
Uma semana se passou e novamente Diego
estava lendo as notícias na internet quando se deparou com a decisão do STF: as
escolas não teriam mais que ensinar a diversidade religiosa. Isto seria
opcional, como também que regiões ensinar.
Esse fato entristeceu o pobre Diego,
porque ninguém precisava esclarecer a ele que o Candomblé não teria espaço na
escola, nunca teve na verdade e infelizmente não seria agora que as pessoas
iriam conhecer e o respeitar pela fé que escolheu seguir.
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