domingo, 30 de abril de 2017

Preconceito religioso no “Porta dos Fundos”

Descrição para cegos: logotipo do canal “Porta dos Fundos”. Consiste em uma representação simplificada de uma pessoa correndo em direção a uma porta aberta. 

Por Manuel Machado

A intolerância e preconceito religioso é uma cruel realidade no cotidiano de diversos grupos. Não é algo novo, e sim algo perpetuado há gerações em nossa sociedade. O que possibilita a persistência de tal fato (intolerância e preconceito) é uma série de fatores e ferramentas que auxiliam na construção de estereótipos negativos acerca de um determinado grupo religioso.
Um destes é um tipo de humor que costumeiramente se apresenta como um reprodutor de preconceitos. Um dos canais humorísticos do YouTube mais acessados que se enquadra nesse tipo de humor é o Porta dos Fundos. Nele é possível perceber claramente um humor preconceituoso, que cria idéias errôneas sobre religiosidade e fere a fé de muitos.

Um dos vídeos produzidos pelo Porta dos Fundos que causaram mais polêmicas foi o que trata do nascimento de Jesus Cristo, lançado em dezembro de 2016. Nele, José (AntonioTabet) afirma que Maria (Julia Rabello) não é mais virgem e tem ciúme de Deus (Rafael Infante), se recusando a deixar os dois sozinhos. Jesus (Gregório Duvivier) cresce e aparece com uma namorada que trabalha "na esquina", dá uma "carteirada" para entrar numa taberna e fazer a última ceia e, ao ser crucifixado, reclama que a cruz não é de mognoe tem cheiro de MDF.
Após o lançamento desse vídeo na internet, diversos sites e blogs cristãos se manifestaram contra o canal, afirmando que tal vídeo representava intolerância religiosa travestida de humor.
O Arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, também demonstrou sua indignação nas redes sociais questionando o caráter humorístico do vídeo, chegando a afirmar que o vídeo era de “péssimo mau gosto!”.
O missionário católico Anderson Reis também demonstrou sua recusa ao vídeo, chegando a ameaçar processar os humoristas por violação ao Código Civil ao "vilipendiar objeto ou culto religioso", pois, para ele, o vídeo do canal "nada mais é do que um verdadeiro ataque, um deboche e escarnecimento da fé cristã".
A polêmica e recusa acerca do vídeo demonstra que, para muitos, o canal fez apologia à discriminação, preconceito e intolerância para com a fé crista.

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