Descrição para cegos: logotipo do canal “Porta dos Fundos”. Consiste em uma representação simplificada de uma pessoa correndo em direção a uma porta aberta.
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Por Manuel Machado
A
intolerância e preconceito religioso é uma cruel realidade no cotidiano de
diversos grupos. Não é algo novo, e sim algo perpetuado há gerações em nossa
sociedade. O que possibilita a persistência de tal fato (intolerância e
preconceito) é uma série de fatores e ferramentas que auxiliam na construção de
estereótipos negativos acerca de um determinado grupo religioso.
Um
destes é um tipo de humor que costumeiramente se apresenta como um reprodutor
de preconceitos. Um dos canais humorísticos do YouTube mais acessados que se enquadra
nesse tipo de humor é o Porta dos Fundos.
Nele é possível perceber claramente um humor preconceituoso, que cria idéias
errôneas sobre religiosidade e fere a fé de muitos.
Um
dos vídeos produzidos pelo Porta dos
Fundos que causaram mais polêmicas foi o que trata do nascimento de Jesus
Cristo, lançado em dezembro de 2016. Nele, José (AntonioTabet) afirma que Maria
(Julia Rabello) não é mais virgem e tem ciúme de Deus (Rafael Infante), se
recusando a deixar os dois sozinhos. Jesus (Gregório Duvivier) cresce e aparece
com uma namorada que trabalha "na esquina", dá uma
"carteirada" para entrar numa taberna e fazer a última ceia e, ao ser
crucifixado, reclama que a cruz não é de mognoe tem cheiro de MDF.
Após
o lançamento desse vídeo na internet, diversos sites e blogs cristãos se
manifestaram contra o canal, afirmando que tal vídeo representava intolerância
religiosa travestida de humor.
O
Arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, também demonstrou sua indignação nas
redes sociais questionando o caráter humorístico do vídeo, chegando a afirmar
que o vídeo era de “péssimo mau gosto!”.
O
missionário católico Anderson Reis também demonstrou sua recusa ao vídeo,
chegando a ameaçar processar os humoristas por violação ao Código Civil ao
"vilipendiar objeto ou culto religioso", pois, para ele, o vídeo do
canal "nada mais é do que um verdadeiro ataque, um deboche e
escarnecimento da fé cristã".
A
polêmica e recusa acerca do vídeo demonstra que, para muitos, o canal fez
apologia à discriminação, preconceito e intolerância para com a fé crista.
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