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Descrição para cegos: ampulheta apoiada em uma prateleira
horizontal e circundada, em sua base, por um terço. |
Por Douglas de Oliveira
Tive um sonho estranho na
última noite. Eu caminhava, junto com milhares de pessoas, em um local pouco
familiar. Todos usavam roupas parecidas com aquelas típicas da época em que
Cristo, encarnado como homem, pregava seu Evangelho. Imaginei que projetava
inconscientemente aquele cenário tão significativo para nós, cristãos. Surgiu a
rápida impressão de que seria o momento da crucificação.
Havia tanta gente. Eu mal
enxergava além da multidão. De repente, todos começaram a se ajoelhar. E,
então, já estavam inclinados, com a cabeça baixa como em reverência a reis,
apontados para uma só direção. Falavam em uma língua incompreensível. Percebi
que não eram judeus ou cristãos, mas sim muçulmanos em uma era atualíssima.
Cumpriam seu ritual rotineiro, curvados na direção de Meca. Fiquei atordoado e
também me ajoelhei, como se intimidado. Passei a imitá-los automaticamente,
embora não entendesse o sentido de cada gesto do culto.