domingo, 10 de abril de 2016

Um Estado nem tão laico assim


Por Joana Rosa

A Assembleia Legislativa da Paraíba aprovou a leitura de textos bíblicos e orações antes do inicio de cada sessão parlamentar. Essa proposta foi da deputada Daniella Ribeiro (PP). Segundo ela, independente da religião, é necessário rezar pela situação em que o nosso país se encontra.
Após a notícia ser divulgada nas redes sociais, cidadãos começaram a questionar a laicidade do nosso estado, perguntando se aquilo ia contra o que estava na nossa Constituição.
Acredito que apesar de falarmos sobe o princípio do Estado laico, o brasileiro ainda não conseguiu incorporar esse principio no seu dia-a-dia. Logo, gostaria de informar que não estou recriminando religião de ninguém, deixando claro que cada um tem liberdade de seguir aquilo que crê, e cabe ao estado dispor de garantias que possam assegurar o livre exercício da crença de cada um. Porém, dentro da casa parlamentar deve ser diferente.
A Constituição do Brasil assegura a liberdade religiosa e individual do cidadão e afirma a separação do Estado da religião. Porém, não é de hoje que encontramos manifestações religiosas dentro da casa do povo, como foi o caso da realização de cultos evangélicos na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, o que incomodou parlamentares que também questionaram a laicidade da instituição.
Estado laico significa um país ou nação com uma posição neutra no campo religioso. Conhecido também como Estado Secular, ele tem como princípio a imparcialidade em assuntos religiosos, sem apoiar ou discriminar nenhum tipo de religião.
É inquestionável que o nosso país realmente passa por uma situação delicada na política, tornando qualquer manifestação em busca da solução válida. Porém, fica a dúvida: se o estado é verdadeiramente laico, esse tipo de manifestação é constitucional?

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