Descrição para cegos: pessoas do Candomblé trajando as roupas típicas da religião, em torno da escultura de Iemanjá e de buquês de flores. |
Por Luis Carlos Cunha
Não é de hoje que as religiões afro-brasileiras sofrem um forte estigma na nossa sociedade. Por terem chegado ao Brasil através dos negros escravizados, tais cultos passaram a ser vistos como feitiçaria ou magia negra, cujo o objetivo era fazer mal às pessoas. Mesmo após a garantia do livre exercício de culto, protegida desde a Constituição de 1891, os episódios de intolerância religiosa se repetem até hoje.
Um exemplo claro da perseguição à Umbanda e ao Candomblé é a publicidade negativa realizada pelas igrejas evangélicas neopentecostais que demonizam estas religiões, associando-as à origem de doenças, problemas financeiros e familiares. Tal divulgação ocorre em programas de rádio e TV sem qualquer controle. Por sua vez, os cultos de matriz africana não contam com o mesmo espaço para se defender e em situação de desvantagem diante da ignorância alheia.
Em nome da pluralidade das vozes, da democracia e da harmonia social, as religiões afro-brasileiras, em vez de sofrerem a interdição resultante do preconceito, precisam de espaço na mídia para expor suas ideias e sua fé. Talvez assim elas possam afastar definitivamente o preconceito e, quem sabe, dar uma lição tolerância não só religiosa, mas com outras diversidades também, aos religiosos ortodoxos cristãos que dominam vários canais de televisão no país.
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